08
julho

Coluna Ponto de Vista – com Euzébio Pereira


A FESTA DA DEMOCRACIA PRECISA DO POVO NA RUA

Ao final das eleições ocorridas no ano de 2018, vencedores e perdedores tinham uma visão, baseados em históricos, do que poderia acontecer no pleito de 2020. A conjuntura se desenhava e os “namoros” para manutenção e construção de novas alianças se iniciavam. Algo diferente ocorreu, a nível nacional, com a eleição do presidente Bolsonaro, figura controversa e que teve sua eleição baseada em grande parte na negativa da política, algo completamente fora dos padrões eleitorais no Brasil.

Parece algo distante, mas em fevereiro deste ano as estratégias eleitorais indicavam um caminho com, ao meu ver, uma dura disputa entre a política e sua negação. Neste contexto tivemos diversas manifestações públicas de grupos contra, inclusive, poderes constituídos. Já tínhamos um cenário sombrio e duvidoso, especialmente com o presidente gerando brigas entre os Poderes e flertando com posturas antidemocráticas. Ora, como a democracia poderia se comportar diante de tais fatos?

Veio março e o cenário passou a ser guiado pela pandemia do COVID-19, uma tragédia inimaginável e que já ceifou as vidas de centenas de milhares de pessoas no mundo, das quais mais de sessenta mil brasileiros. Distanciamento e isolamento social passou a ser ‘bandeira de ordem’ e de proteção à vida. E, neste momento, algo incomum também aconteceu: a Política viu sua força ressurgir, ante movimentos insensatos e incoerentes daqueles movimentos que negam os efeitos devastadores da pandemia e tomam atitudes que põe em risco a vidas das pessoas. Lideranças políticas puderam mostrar a força da boa política, com ações e atitudes importantes para o combate ao novo coronavírus, sem, aqui, minimizar as falhas ocorridas em diversas ações Brasil afora.

A grande questão é que o isolamento social e a redução das atividades econômicas trazem um cenário sombrio para as eleições deste ano, já adiadas para meados de novembro. Convenções por vídeo conferência são um exemplo do que já está posto. O que mais poderá ser afetado?

As eleições periódicas, garantida a participação das pessoas, é umas das essências da democracia, com a escolha, pelo povo, dos seus representantes. Com os candidatos podendo expor suas ideias, visitando e conversando com eleitores. Sentir as ruas e o que elas dizem!

Por isso é essencial que, no período eleitoral, o isolamento social já esteja reduzido, sob pena de não termos um processo eleitoral verdadeiramente democrático, ficando o debate muito reduzido, mesmo com os avanços propiciados pela internet e meios de comunicação. Mas isso depende da evolução e do melhoramento das condições sanitárias, hoje inviáveis. Eleição é povo na rua e a democracia atinge seu objetivo quando as pessoas, bem ou mal, podem escolher livremente seus representantes.

VAPT-VUPT

 

GENTE DA GENTE – O vice-prefeito Dida, que teve seu nome posto para disputar a prefeitura pelo grupo de situação, passou um bom tempo da pré-campanha na costura de novos apoios e na ampliação da aliança partidária, tendo avançado nesta construção. Focado também na pandemia, parte dos apoiadores sentiram falta do engajamento na política e reforçaram o mote nas redes: Dida, gente da gente. Parece que surtiu efeito.

CÉU DE BRIGADEIRO? – Allan Carneiro, que colocou o nome na disputa para as eleições deste ano, demonstra certo apego aos movimentos de negação da política, ora buscando afastamento da política, se colocando como uma espécie de “gerente”. Esteve voando em céu de brigadeiro por um bom período, mas quando sua plataforma de sustentação foi questionada, percebeu que a vidraça é maior do que as pedras que atira.

O ÚLTIMO TIRO – Tendo presidido o legislativo local e detentor de mandados na Câmara por várias legislaturas, Fernando Aragão desta vez não deixou de subir no cavalo selado do PP. Nesse caso, o cavalo leva a ‘garantia’ de disputa, mais uma vez, da prefeitura. Conta com um grupo pequeno, mas firme, na pré-candidatura e não arregram das brigas com os antigos aliados Taboquinhas. Apostam no apoio do PSB ao projeto, desejando o governador Paulo Câmara em seu palanque.

REVIVENDO O PASSADO – Última peça posta no tabuleiro eleitoral, Helinho Aragão entrou na disputa renegando o apoio dado ao antigo aliado Fernando e se abraçando com aquele que lhe ‘tirou’ há pouco tempo a presidência da Câmara, Zé Augusto. Com uma disputa ainda travada, a olhos vistos, para conseguir o apoio da própria legenda ao projeto, precisando lidar com o passado recente e a distância do Dep. Diogo precisa crescer e de altivez para se manter no jogo.

CONSTRUINDO O PLANO B – A última eleição para presidência da Câmara pegou alguns de surpresa, mas não aqueles que se atentam aos detalhes e que percebem as movimentações de bastidores. Diante da conjuntura estadual e das incertezas que giram no lançamento de candidato pelo PSB, se especula qual seria o ‘plano B’. O ex-deputado José Augusto Maia, entrou com um pedido no STF para anular um julgamento do Tribunal de Contas da União que tem poder de atrapalhar um eventual registro de candidatura. Para constar, o Ministro Barroso negou o pedido. Tentará outra frente.

 

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