26
setembro

Projeto que estende horário de funcionamento de UBS’s em Santa Cruz esquenta discussões na Câmara


Fotos: Thonny Hill

Na manhã desta terça-feira (26) foi realizada mais uma sessão ordinária na Câmara de Vereadores de Santa Cruz. Não houve o tradicional uso da tribuna por parte dos 17 edis, mas isso não significou dizer que o clima no plenário era de tranquilidade.

Na pauta, a discussão de vários Projetos de Lei, mas um deles em especial, o 092/2017 (de autoria do petebista Helinho Aragão com subscrição do presidente Zé Minhoca – PSDB) que trata sobre a abertura, até as 20h, das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município que fiquem com distância superior a cinco quilômetros da UPA 24h, movimentou os debates. Esta seria a segunda discussão e votação do projeto.

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Governistas se dividem quanto a viabilidade de por projeto em prática

Do lado dos governistas, parte se posicionou contrária ao projeto. Entre os argumentos usados, ainda mais enfatizados pela líder de governo Jessyca Cavalcanti (PTC) e pelo vereador Nanau (PSDB), estão: a dificuldade na contratação de médicos, aumento no impacto financeiro ao município, uma demanda de casos de urgência e emergência nas UBSs (que não seriam suportadas) e também a promessa da instalação do AME do Trabalhador.

 

“Sugiro que a gente vote contra esse projeto, até porque no plano de governo do prefeito está previsto o atendimento especializado em um local, que vai estar sendo organizado, acredito, ainda este ano. Da forma que está (o projeto), fica de fato sem ter a mínima condição porque seria algo a ser estendido para todas as UBS’s” – disse Jessyca, citando também que a posição contrária seria uma sugestão também do Secretário Municipal de Saúde, Breno Feitoza.

 

“É louvável o projeto vereador, mas vejo uma questão de incoerência. Santa Cruz é uma cidade industrial, onde 90% da população trabalha de dia e vai sim querer um atendimento à noite, mas acontece que a Secretaria de Saúde não tem condições. É difícil até contratar médicos para se atender à noite. Não se tem a mínima condição; não existe. A questão da distância… Se o pessoal da Malhada do Meio não está sendo contemplado pela UBS de lá; é outra história. Vamos ao Secretário para se fazer outra UBS” – destacou.

As falas de ambos não eram aceitas de forma unânime, já que governistas como Junior Gomes (PSB) e Joab do Oscarzão (PSD) se mostraram favoráveis a aprovação do projeto, este primeiro com ressalvas.

“Votei favorável e continuo votando favorável (ao projeto). No entanto, quero deixar muito bem esclarecido aqui do jeito que disse na primeira discussão e votação: se de repente, a prefeitura entender que deve vetar esse projeto parcialmente ou integralmente, eu acompanho o veto do prefeito” – frisou Junior Gomes.

 

“Eu que moro em bairro de periferia, sentimos essa dificuldade na pele. Tem muitas famílias. Apesar de eu ter o privilégio em morar em uma cidade industrial e que gera muito emprego, tem muita gente que necessita ir a UPA e não vai porque não tem o dinheiro para voltar para casa de táxi ou mototáxi; ou vai tendo que pedir carona. A UBS não faz urgência e emergência, mas sim um trabalho preventivo e muito importante” – falou Joab do Oscarzão.

 

O que defende a Oposição

Já para Oposicionistas, os vereadores de situação contrários ao projeto, e também o prefeito Edson Vieira, estariam indo de encontro ao interesse popular. Eles seguiram com a linha de que haveria viabilidade financeira para Santa Cruz coloque o projeto em prática.

Outro argumento usado para a defesa é que não seriam abertas todas as UBS, mas sim as que estão em bairros mais afastados como Malhada do Meio, Santo Agostinho, Oscarzão entre outros. A medida, para eles, desafogaria as demandas por atendimento hoje concentradas na UPA 24h.

 

“O projeto é claro e não especifica a Malhada do Meio, mas ela deve ser contemplada porque está a cinco quilômetros de distância da UPA, como Oscarzão, Santo Agostinho, Vila do Pará e Poço Fundo… Esses bairros que precisam desse atendimento no período da noite (…). Não vejo nada demais se estender um trabalho como esse e quem quer, faz” – concluiu Helinho.

“O problema que vemos aqui é pessoas ligadas ao prefeito que, quando vem ideias excelentes como essa, estão do lado do governo. Não quero acreditar que pessoas são contra aumentar o horário a pessoas que vão da Vila do Pará e precisam de atendimento, que trabalham o dia todo e de noite precisam ser atendidas. O pessoal de Poço Fundo e de Cacimba de Baixo, que são levados para o Recife porque Santa Cruz não tem uma saúde de qualidade… A gente aprova isso e, se a prefeitura não tiver o dinheiro, que ela vete. As boas ideias tem que sair da Câmara” – destacou Carlinhos.

Com o fim dos embates, o projeto acabou tendo pedido de vistas pelo vereador Nailson Ramos (PMDB).

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