16
maio

Artigo – Por Adriano Oliveira


SAÍDA DE JOAQUIM BARBOSA MANTÉM ELEIÇÃO ESTÁVEL

 

A eleição ocorre em um sistema aberto ou fechado. No sistema aberto, ela pode sugerir surpresas ao analista. Cisnes negros, os acasos, podem acontecer. Novas condições em que os eleitores estão imersos podem vir à tona. Com isto, é provável que os eleitores mudem de opinião. No sistema fechado as variáveis são estáveis. Elas estão postas e assim permanecem.

A eleição presidencial deste ano ocorre, até o instante, em um sistema fechado. As variáveis estão postas, como bem revelam pesquisas qualitativas e quantitativas há muito tempo trazidas à tona. No sistema fechado da atual eleição presidencial estão as seguintes variáveis: os eleitores lulistas (L), os antilulistas (Y) e os indiferentes (Z). Esta última variável pode estar contida em Y. Mas Z não está contida, de modo algum, em X.

Figura 1 – sistema fechado da eleição presidencial:

versus Y versus Z. Sabendo que L versus YZ.

Joaquim Barbosa tinha o poder de ser variável interveniente (V) para desestabilizar o sistema fechado apresentado. Ele poderia enfraquecer a variável L e conquistar eleitores contidos em Y e Z.

Resumindo: Os candidatos do PT, do PSDB e MDB perderiam votos com a presença de Joaquim Barbosa na disputa. Teriam reduzidas as suas chances de estarem no 2° turno da disputa presidencial.

Pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Uninassau em meados de abril, em Recife, revelou que o ex-ministro do STF atraía a atenção positiva de eleitores lulistas e antilulistas. Barbosa conquistava votos de eleitores de Lula, caso o ex-presidente não fosse candidato. E de eleitores que não admitiam votar em Lula na disputa vindoura.

Para os eleitores, independente da classe social, Barbosa representava a mudança, o enfrentamento à corrupção, não tinha vícios e era sério. Não foi detectada na pesquisa rejeição ao então possível candidato do PSB.

O ex-presidente Lula era odiado e admirado. Para diversos eleitores pertencentes às várias classes econômicas, o ex-presidente “fez muito pelo Nordeste”, “olhou para os pobres”, “mudou a vida das pessoas”, “só ele está preso”. Por outro lado, variados eleitores afirmaram que “o Lula elegeu a Dilma”, “deu com uma mão e tirou com a outra” e foi identificado com a corrupção.

A referida pesquisa revelou que o ex-presidente Temer é rejeitado fortemente. Alckmin não é citado pelo eleitor. João Dória é citado por eleitores das classes A e B e é tido como empreendedor. Marina é citada em todas as classes, não tem rejeição e é considerada como “não envolvida com corrupção”.

Bolsonaro, assim como Lula, é amado e odiado. Diversos eleitores associaram Bolsonaro à ordem e ao enfrentamento à violência. Os que não gostam dele, afirmaram que ele é radical e não gosta de Lula.

A pesquisa conclui que o lulismo continua forte, apesar de Lula estar preso. E se o lulismo continua forte (Variável L), o candidato do PT tem condições de estar no 2° turno da disputa presidencial.

Outra conclusão da pesquisa é que o antilulismo existe, independentemente da classe social (Variável Y). Por fim, a pesquisa mostra que Joaquim Barbosa era um competidor capaz de conquistar eleitores nos grupos L (Lulistas), Y (Antilulistas) e Z (Indiferentes).

Mas, Joaquim Barbosa desistiu de ser candidato. Portanto, a variável interveniente que tinha o poder de desestabilizar a ordem das coisas, fazendo com que a eleição presidencial deixasse de ser um sistema fechado, desapareceu. Com isto, a ordem das coisas persiste. E, aparentemente, tende a continuar a persistir.

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