05
novembro

Do Leitor


Banda Novo Século: 112 anos de Cultura

 

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Imagem: Arquivo.

 

Por Clécio Gonçalves Dias

 

Quem dera pudéssemos ouvir, em 04 de outubro 1900, o eco sonoro dos primeiros instrumentos musicais da Banda Novo Século!

 

Parece que o tempo não concede replay dos inesquecíveis e melodiosos acordes nem das notas dispostas em partituras intensas e belíssimas!

 

Se eu tivesse a bênção de ter ouvido a primeira apresentação desta banda nem exigiria saber em que ano foi, mas pagaria uma fortuna para saber quem era o maestro e ainda mais quem o acompanhava…

 

Não saberia contar a história de Santa Cruz sem imaginar a Novo Século desfilando na Avenida Manoel Borba (atualmente Avenida Padre Zuzinha) ainda sem calçamento, sob as sombras magras das gameleiras “novinhas” e poéticas dos séculos anteriores.

 

Ficaria encantado com a harmonia do soprano, do bombardino, do pistom clássico, do trombone, dentre tantos outros instrumentos com o barulho das águas do Rio Capibaribe nos dias raros em que estava cheio…

 

Poderia encontrar notas enternecidas e nunca esquecidas nas frondes das gameleiras, escondidas em suas folhas verdes, buscando abrigo nos dias de segunda-feira sobre o barulho das conversas rudes da feira de “mangaio” que anunciava discretamente a “Sulanca” em décadas posteriores…

 

Perguntaria a Major Negrinho por que a paixão pela música e se sabia que a Banda que criou iria percorrer mais de um século se tornando uma relíquia santa-cruzense…

 

Se eu pudesse reuniria Neco Aragão, Zé de Chico Moura, o endiabrado Edgar, Valter Aragão, Zé de Areia, Wilson Balbino, Aluízio Aragão, Nicolau Teodoro Aragão, Zuza Balbino, Chico Mariano e outros mais que abrilhantaram nossa música…

 

Imploraria que esses mestres festejassem o crescimento de Santa Cruz e também fizessem uma melancólica composição lamentando o abandono do Rio Capibaribe que inspirou nossos grandes músicos e fez Santa Cruz nascer há quase três séculos…

 

Do mesmo jeito que festejaram o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 cantaram a emancipação política em 1953 queria transpor o tempo e, no mesmo tom, cantar parabéns pelo aniversário de 112 anos do maior patrimônio histórico-artístico-cultural de nossa cidade…

 

Entoava, mesmo desajeitadamente e, viajando na melodia dos extraordinários músicos atuais, (tão gênios como os mestres do passado), pois esses músicos de hoje transpõem as barreiras das dificuldades e, harmonicamente, entoam, seja em Dó, em Mi, em Ré ou qualquer outro tom como entoaram seus antecessores desde 1900…

 

PARABÉNS, BANDA NOVO SÉCULO, ORGULHO SANTA-CRUZENSE!

 

Santa Cruz  do Capibaribe, 05 de novembro de 2012.

Um Comentário

  1. Severino Costa disse:

    É uma pena que a SMNS seja esquecida pela maioria da população. Fico triste quando vejo uma apresentação da Banda com tão pouca gente no teatro.

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