04
junho

Artigo – Por Adriano Oliveira


POLÍTICA É CRIME?

 

O deputado federal Aécio Neves (PSDB) escreveu, na última quinta-feira, artigo tardio no jornal Folha de São Paulo. O referido artigo, “Política é crime?”, traz um alerta atrasado sobre a política brasileira. O artigo também serviu para que o ex-candidato a presidente da República desabafasse. E com razão.

Desde 2014, com o início da Lava Jato, a política é criminalizada. Fazer política é, para muitos, dentre os quais, os “políticos digitais”, atividade criminal. Inicialmente, a Lava Jato criminalizou a política através do PT e do ex-presidente Lula. Em seguida, foi a vez do MDB e PSDB. Para muitos, PT, MDB e PSDB fazem parte do sistema apodrecido da política brasileira.

No início da Lava Jato, MDB e PSDB aplaudiram a criminalização da política. Pois não eram vítimas. Após passarem a ser, reclamaram da Lava Jato. Hoje, após prisões e diversas delações, MDB e PSDB reconhecem a criminalização da política. Afirmo que em razão da criminalização da política, o Brasil afunda, e as perspectivas para um país melhor, diminuem.

A última eleição presidencial trouxe à tona o incipiente bolsonarismo. Este é, como mostrei em recente livro, produto da Lava Jato e da crise econômica ocasionada pelos erros do governo Dilma. Após a eleição, o incipiente bolsonarismo continuou a criminalizar a política. Por coincidência, na semana passada, chega a notícia de que o PIB brasileiro encolheu 0,2% em relação ao trimestre anterior. Economistas diversos já falam em recessão e estagnação.

Desde o início da Lava Jato, o PIB declina. Nos anos de 2017 e 2018, o PIB obteve leve recuperação. Poderia ter tido maior recuperação. Porém, a Lava Jato alcançou o presidente Temer, e, por consequência, diversas reformas não foras realizadas, como a da Previdência. A previsão para a recuperação econômica em 2019 é declinante.

A Lava Jato criminalizou a política. O incipiente bolsonarismo continua a criminalizar. Deuses da política vendem para o eleitor que é necessário limpar o sistema para que outro surja. Porém, não definem como será este novo sistema, ou como deve ser praticada a nova política. No decorrer da criminalização da política, o PIB declinou e a recessão ameaça o país. Sem falar na falência fiscal do Estado brasileiro. Ora, devemos continuar a criminalizar a política ou fazer política? Em minha opinião, a política com diálogo e respeito às instituições é necessária para salvar o Brasil.

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