25
março

Artigo – Por Adriano Oliveira


A PRISÃO DOS PRESIDENTES

 

Uma vassoura, em 2014, começou a “limpar” o presente. Hoje, avança sobre o passado. Pois no presente, não estão os atores do passado.  A vassoura esquece, contudo, de avaliar, com parcimônia e sabedoria, as consequências para o sistema político da feroz limpeza.

A Lava Jato é uma operação que tem futuro ou passado? Faço esta indagação em razão de que a Lava Jato vem, desde 2014, “varrendo” atores do sistema político e provocando crises. Como saldo emblemático da Lava Jato, está a prisão de dois ex-presidentes da República.

A Lava Jato contribuiu para crises política e econômica. Foi no período dela que ocorreu o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Na trajetória da Lava Jato, o antipetismo cresceu entre os eleitores. Reformas econômicas não foram realizadas. O ex-presidente Michel Temer abortou o plano de negociar a reforma da Previdência no Congresso. Foi na era da Lava Jato que a economia brasileira quebrou e um candidato não favorito, Jair Bolsonaro, venceu a eleição presidencial.

Os livros do futuro nunca poderão ignorar o papel da Lava Jato na história brasileira. Mas qual será o seu legado? Poderão ser três. A Lava Jato poderá optar por ser uma operação do passado. Neste caso, quando diversos atores das eras Lula, Dilma e Temer foram presos ou humilhados, ela finda. Ela poderá escolher o caminho da perenidade, desse modo, no presente e no futuro, ela continuará a agir, independente de quem sejam os atores políticos.

Só o longe futuro dirá. Entretanto, até o instante, a Lava Jato sugere que é uma operação do passado. São os atores participantes da política e associados ao lulismo, ao PSDB e ao MDB, que serão alcançados por ela. Quando não restarem mais nenhum, uma nova era surgirá. Será para muitos, a era virtuosa, onde a corrupção não será mais assunto das instituições, pois ela foi supostamente debelada.

A Lava Jato poderá deixar para os livros de história, o legado da seletividade. E ser reconhecida como produtora de crises e inibidora de reformas, como a da Previdência. Isto, não significa, entretanto, que ela não merece aplausos. Mas, também, merece ressalvas. O enfrentamento desenfreado da corrupção produz crises. É possível que não saiamos, infelizmente, da crise econômica atual. Este cenário não deve ser desprezado.

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