27
agosto

Artigo – Por Adriano Oliveira


NACIONALIZAÇÃO OU ESTADUALIZAÇÃO?

 

Variadas pesquisas sugerem, caso o analista considere apenas a variável Intenção de voto, que a disputa eleitoral para diversos governos estaduais da região Nordeste são imprevisíveis. Entretanto, elas não são. A narrativa das disputas estaduais já está posta na região que poderá colocar um candidato a presidente no 2° turno. A saída da presidente Dilma Rousseff da presidência da República representa o início da narrativa.

Se a então presidente Dilma tivesse continuado no poder, as crises política e econômica poderiam estar no seu “colo”. E não no “colo” do presidente Temer. É importante considerar que se a gestão do presidente Temer tivesse gerado percepção de bem-estar econômico no eleitor, em particular no eleitor nordestino, as crises econômica e política também cairiam no “colo” da ex-presidente. A situação X ocorreu, impeachment da presidente. Mas a situação Y, a qual é consequência de X, não aconteceu. O bem-estar não bateu na porta dos eleitores.

A saída de Dilma da presidência da República (Variável X) e o insucesso do governo Temer (Y) geraram a nacionalização das campanhas para os governos estaduais na região Nordeste. A nacionalização é reforçada, em razão de uma variável anterior as outras duas mostradas: o lulismo. O lulismo é caracterizado pela memória positiva que os eleitores têm da era Lula. Mas não só por isto. Pesquisas qualitativas em vários estados nordestinos revelam que para parte dos eleitores “Lula fez muito pela região. Fez pelos pobres”.

Hoje, parte majoritária dos eleitores nordestinos, de acordo com pesquisas, sente saudades do ex-presidente Lula e condena o atual presidente Temer. Se não tivesse ocorrido o impeachment, a saudade de Lula poderia ter diminuído, pois Lula e Dilma seriam responsabilizados pela continuidade das crises econômica e política. Caso, claro, não tivessem conseguido superá-las.

As eleições para os governos estaduais do Nordeste serão guiadas pelo lulismo e pelo repúdio ao governo Temer. O lulismo guiará a escolha de grande parte dos eleitores quando estes estiverem à frente da urna. O eleitor poderá até reprovar um governador – estadualização.  Entretanto, o que orientará a sua escolha é o lulismo, o antilulismo e governo Temer.

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