21
junho

Artigo – Por Adriano Oliveira


E SE DILMA NÃO TIVESSE CAÍDO?

 

Em 13 de dezembro de 2015, escrevi artigo neste espaço, defendendo a seguinte tese: O impeachment da então presidente Dilma Rousseff não era a melhor estratégia da oposição, em particular do PSDB, para a retomada do poder. Naquela época, frisei que a saída de Dilma colocaria as crises econômica e política no colo da oposição. Obviamente, que a tese não deveria ter sido encarada como evento que obrigatoriamente ocorreria. Era um cenário.

Geraldo Alckmin também tinha em mente a tese apresentada. Ele foi um dos últimos tucanos a aderir ao impeachment. Alckmin resistiu à miopia dos atores sábios do PSDB. Tal miopia era provocada pelo desejo frenético de reconquista da presidência e da incapacidade de interpretar a conjuntura. Hoje o PSDB de intensa ansiedade por não saber se o seu candidato a presidente crescerá.

O presente mostra que a minha tese não foi refutada e que Alckmin tinha razão. Duas variáveis poderiam ter condicionado o sucesso do governo Temer. A recuperação da satisfação econômica do eleitor e a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. Mas estas duas variáveis faliram. E, hoje, o governo Temer é um estorvo para os políticos que serviram a ele. Isto não significa, de modo algum, que o governo Temer não tenha méritos. Mas o eleitor não reconhece os méritos de Temer. E para a boa estratégia eleitoral é a opinião do eleitor que importa.

Hoje, o PSDB deve indagar: E se Dilma não tivesse saído da presidência? Certamente, e isto é mais do que plausível, a Lava Jato perturbaria o governo dela. Por consequência, as reformas necessárias, em particular, a da Previdência, não teria sido realizada. A crise fiscal perduraria. A coalizão em torno da presidente sofreria ataques da oposição e da Lava Jato. A presidente ficaria paralisada para governar. As crises econômica e política perdurariam até hoje.

Diante de uma conjuntura de intensa crise, Lula poderia ser responsabilizado pela ascensão de Dilma ao poder. O efeito disto no eleitor poderia ter sido dois: 1) O reforço do lulismo; 2) O enfraquecimento do lulismo. Os dois são efeitos possíveis. Entretanto, com a sangria do governo Dilma e do PT no exercício do poder, o lulismo poderia sofrer enfraquecimento. Se tal possibilidade ocorresse, onde estariam os partidos que hoje desprezam Geraldo Alckmin? Certamente, todos estariam beijando às suas mãos, já que o PSDB seria favorito a vencer o PT na disputa presidencial.  Hoje, a realidade não é esta.

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