07
abril

Artigo – Por Adriano Oliveira


BOLSONARO APOSTA NO CAOS

 

As previsões econômicas para o Brasil após a crise do coronavirus é de retração econômica. O covid-19 está diariamente na mídia. A quarentena está presente. As pessoas, em sua maioria, temem ser contaminadas pelo coronavirus. O sistema de saúde público é precário. O governo Bolsonaro anunciou, tardiamente, medidas econômicas, mas, até o instante, elas não foram executadas.

Jair Bolsonaro sabe que a crise do coronavirus reduziram as suas chances para a eleição presidencial. Mas isto não significa que ele não possa recuperar popularidade. O presidente não estava preparado para enfrentar a crise do coronavirus. Ou qualquer outra. Portanto, resta a única opção, o caos.

O caos desejado pelo o presidente da República, o qual, equivocadamente, ele enxerga como a única saída, isto é, a salvação do seu mandato presidencial, tem as seguintes características: (1) população nas ruas clamando por alimentos (saques), (2) rebeliões em presídios, (3) panelaços nas janelas contra o seu governo, (4) paralisação dos caminhoneiros, (5) desabastecimento de produtos para consumo, (6) conflito entre Polícia e comerciantes em razão do fechamento do comércio. Não necessariamente todas estas características estarão presentes em um único instante. Mas podem estar.

Diante do caos, o presidente Bolsonaro dirá: eu avisei! Responsabilizará governadores e imprensa. E convocará as Forças Armadas para uma intervenção, com apoio do Congresso e STF. Este é o cenário desejado pelo atual mandatário da República. O caos é possível de acontecer. Entretanto, não vislumbro apoio do Congresso e do STF ao presidente Bolsonaro em ambiente de caos. Resta o apoio das Forças Armadas. Estou cético ao que os militares fariam em ambiente de forte tumulto social.

O ambiente de caos tem também o poder de fortalecer o debate sobre o impeachment do presidente da República na sociedade, imprensa, Parlamento e STF. Mas, não só a tese do impeachment. A pressão para que o presidente Bolsonaro renuncie ao seu mandato poderá surgir. E, mais uma vez, indago: qual será a posição dos militares? Esta é a minha dúvida. Por enquanto, a cúpula militar no governo, trata o presidente como um filho rebelde que merece eterna compreensão.

O caos não é a melhor saída para o presidente.  A não ser, que ele tenha a certeza, de que os militares sempre estarão com ele.

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